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O Viés da Corda Bamba: Desafios e Caminhos para Mulheres na Liderança

A imagem tem fundo cinza claro e uma nuvem azulada centralizada. Há a fotografia de uma mulher, vestindo roupas pretas sociais, com uma bolsa lateral e segurando um tablet analisando dados. Ela tenta fazer seu trabalho enquanto se equilibra em uma corda-bamba. No canto inferior direito está o logotipo da Éssi Consultoria.

Quando falamos sobre mulheres em posições de liderança, não falamos apenas de números. Falamos de histórias, trajetórias e também de dilemas silenciosos que atravessam carreiras brilhantes.


Um deles é conhecido como “double bind” — ou, em bom português, o dilema do “se fizer, é criticada; se não fizer, também”. É como se estivéssemos nos equilibrando em uma corda bamba.


Esse paradoxo acompanha muitas mulheres em cargos de liderança:


• Se atuam de forma colaborativa, são vistas como “boas, mas suaves demais”.

• Se atuam de forma assertiva, são chamadas de “duras” ou “difíceis”.

• Precisam provar competência várias vezes, mas muitas vezes recebem menos reconhecimento.

• Quando são reconhecidas como competentes, podem deixar de ser vistas como “agradáveis”.


Esse jogo de expectativas contraditórias cria barreiras invisíveis, que não apenas desgastam, mas também limitam o potencial de talentos incríveis.


E o que podemos fazer para que possamos brilhar apesar do dilema?


1. Torne-se visível


Não espere apenas que reconheçam seu trabalho: ocupe espaços de visibilidade, participe de projetos estratégicos e faça questão de mostrar suas conquistas.


2. Use a comunicação como aliada


Ser clara sobre seus objetivos e aspirações abre portas. Dizer “eu quero liderar esse projeto” ou “essa é a posição que almejo” ajuda a quebrar barreiras invisíveis.


3. Construa redes de apoio


Tenha pessoas mentoras, patrocinadores e pares que reforcem sua credibilidade e ampliem suas oportunidades.


4. Fale sobre o que precisa ser falado


Quando se deparar com vieses ou estereótipos, traga-os para a mesa. Muitas vezes, o que é invisível só se torna transformável quando é nomeado.


5. Reforce sua autenticidade


Não se trata de escolher entre ser “competente” ou “agradável”. Mulheres que inspiram são aquelas que lideram do seu jeito — combinando resultado com humanidade.


E para as organizações?


Empresas que desejam acelerar a presença de mulheres em cargos de liderança precisam olhar para além de programas de diversidade “no papel”. É fundamental:


• Estruturar processos de avaliação livres de vieses,


• Capacitar lideranças para reconhecer talentos sem rótulos,


• E criar ambientes inclusivos onde estilos diferentes de liderança sejam igualmente valorizados.


Ao longo da minha trajetória, tive o privilégio de acompanhar a carreira de diversas mulheres que, apesar desses dilemas, se destacaram, ocuparam espaços de decisão e transformaram suas organizações. Aprendi que o talento está aí: e que um ambiente organizacional que reconheça, valorize e sustente esse talento faz toda a diferença.


Já vi mulheres brilharem quando receberam:

  • Feedbacks estruturados e justos,

  • Patrocínio de líderes que acreditavam nelas,

  • Oportunidades visíveis e estratégicas; e

  • Principalmente, quando puderam ser elas mesmas — sem precisar caber em um molde.


Tenho certeza de que, quando damos espaço para que mulheres liderem de forma autêntica, toda a organização ganha: cresce a inovação, melhora o clima, e a performance se multiplica.


E você, já viveu ou presenciou esse dilema do da corda bamba? Como tem trabalhado para superá-lo?



Fotografia de Irina Talbot.

Por Gisele Müller. Fundadora da Éssi.
Consultora, mentora, trainer e coach com o mesmo propósito que a move desde o início: acelerar o crescimento de pessoas e organizações com profundidade e autenticidade. Coautora dos livros Diversidade e Inclusão e Suas Dimensões.

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