O Viés da Corda Bamba: Desafios e Caminhos para Mulheres na Liderança
- Gisele Müller

- 20 de ago.
- 2 min de leitura

Quando falamos sobre mulheres em posições de liderança, não falamos apenas de números. Falamos de histórias, trajetórias e também de dilemas silenciosos que atravessam carreiras brilhantes.
Um deles é conhecido como “double bind” — ou, em bom português, o dilema do “se fizer, é criticada; se não fizer, também”. É como se estivéssemos nos equilibrando em uma corda bamba.
Esse paradoxo acompanha muitas mulheres em cargos de liderança:
• Se atuam de forma colaborativa, são vistas como “boas, mas suaves demais”.
• Se atuam de forma assertiva, são chamadas de “duras” ou “difíceis”.
• Precisam provar competência várias vezes, mas muitas vezes recebem menos reconhecimento.
• Quando são reconhecidas como competentes, podem deixar de ser vistas como “agradáveis”.
Esse jogo de expectativas contraditórias cria barreiras invisíveis, que não apenas desgastam, mas também limitam o potencial de talentos incríveis.
E o que podemos fazer para que possamos brilhar apesar do dilema?
1. Torne-se visível
Não espere apenas que reconheçam seu trabalho: ocupe espaços de visibilidade, participe de projetos estratégicos e faça questão de mostrar suas conquistas.
2. Use a comunicação como aliada
Ser clara sobre seus objetivos e aspirações abre portas. Dizer “eu quero liderar esse projeto” ou “essa é a posição que almejo” ajuda a quebrar barreiras invisíveis.
3. Construa redes de apoio
Tenha pessoas mentoras, patrocinadores e pares que reforcem sua credibilidade e ampliem suas oportunidades.
4. Fale sobre o que precisa ser falado
Quando se deparar com vieses ou estereótipos, traga-os para a mesa. Muitas vezes, o que é invisível só se torna transformável quando é nomeado.
5. Reforce sua autenticidade
Não se trata de escolher entre ser “competente” ou “agradável”. Mulheres que inspiram são aquelas que lideram do seu jeito — combinando resultado com humanidade.
E para as organizações?
Empresas que desejam acelerar a presença de mulheres em cargos de liderança precisam olhar para além de programas de diversidade “no papel”. É fundamental:
• Estruturar processos de avaliação livres de vieses,
• Capacitar lideranças para reconhecer talentos sem rótulos,
• E criar ambientes inclusivos onde estilos diferentes de liderança sejam igualmente valorizados.
Ao longo da minha trajetória, tive o privilégio de acompanhar a carreira de diversas mulheres que, apesar desses dilemas, se destacaram, ocuparam espaços de decisão e transformaram suas organizações. Aprendi que o talento está aí: e que um ambiente organizacional que reconheça, valorize e sustente esse talento faz toda a diferença.
Já vi mulheres brilharem quando receberam:
Feedbacks estruturados e justos,
Patrocínio de líderes que acreditavam nelas,
Oportunidades visíveis e estratégicas; e
Principalmente, quando puderam ser elas mesmas — sem precisar caber em um molde.
Tenho certeza de que, quando damos espaço para que mulheres liderem de forma autêntica, toda a organização ganha: cresce a inovação, melhora o clima, e a performance se multiplica.
E você, já viveu ou presenciou esse dilema do da corda bamba? Como tem trabalhado para superá-lo?
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Por Gisele Müller. Fundadora da Éssi.
Consultora, mentora, trainer e coach com o mesmo propósito que a move desde o início: acelerar o crescimento de pessoas e organizações com profundidade e autenticidade. Coautora dos livros Diversidade e Inclusão e Suas Dimensões.
